quinta-feira, 29 de novembro de 2007

UMA COMPRA DE SUPERMERCADO


Todo mundo que é esperto o bastante, faz lista de compras para ir no supermercado para não esquecer de comprar tudo o que necessita.
Na lista tem tudo desde arroz, feijão,..até inseticidas, mas quando chega a hora de pegar os produtos da aquela vontade de comer uma bolacha, ou quem sabe um salgadinho, não não não, pipoca de microondas sabor queijo, melhor ainda miojo, dessa vez é certeza que estava com vontade mesmo de tomar um iogurte.... Fui pegando tudo o que achava que estava com vontade de comer naquele dia e o que eu achava que ia ficar com vontade .
Dava uma olhada básica para lista e achava tudo completamente desnecessário: Fruta? A fruta só ocupa espaço e ainda deixa o ambiente todo fedido ao passar dos dias. Onde já se viu ter que comprar 1 caixa de sabão em pó, vocês já viram o preço dele? e o amaciante? Porque as máquinas não veem com uma reserva inesgotável desses produtos? O que mais me irrita é papel higiênico, a gente não pode nem fazer as necessidades sem lembrar que aquele rolo de papel macio foi pelo menos 1 real...ai se ele cai no chão e molha, a gente deixa secar e usa ele depois todo enrugado. Então vocês tem que concordar comigo que é pura inutilidade comprar sabonete para o banheiro se o papel higiênico é tão bom e ainda vem perfumado. E eu tenho que confessar uma coisa, a buchinha de lavar louça é tão boa que despensa qualquer tipo de detergente. E ainda tem os produtos que é só colocar no microondas e pronto...assim eu tiro o fogão e coloco mais uma geladeira na cozinha.
Que maravilha... agora é só chegar em casa e começar a passar leite condensado no cabelo, dar bolacha picada pro cachorro, lavar a roupa com catchup, varrer a casa com a filha de ponta cabeça, e passar bom ar debaixo do braço.
Uma delícia fazer comprar no supermercado.
Adoro...


BBBEIJOSSS

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

AS MENTIRAS QUE OS HOMENS CONTAM



Como eu não consegui achar na internet, fica a dica para lerem o texto da Fernanda Young que saiu na revista Cláudia desse mês de Nov/2007.

Eu vou colocar um muito bom também, mas esse é do Veríssimo.

A aliança

Esta é uma história exemplar, só não está muito claro qual é o exemplo. De qualquer jeito, mantenha-a longe das crianças. Também não tem nada a ver com a crise brasileira, o apartheid, a situação na América Central ou no Oriente Médio ou a grande aventura do homem sobre a Terra. Situa-se no terreno mais baixo das pequenas aflições da classe média. Enfim. Aconteceu com um amigo meu. Fictício, claro.

Ele estava voltando para casa como fazia, com fidelidade rotineira, todos os dias à mesma hora. Um homem dos seus 40 anos, naquela idade em que já sabe que nunca será o dono de um cassino em Samarkand, com diamantes nos dentes, mas ainda pode esperar algumas surpresas da vida, como ganhar na loto ou furar-lhe um pneu. Furou-lhe um pneu. Com dificuldade ele encostou o carro no meio-fio e preparou-se para a batalha contra o macaco, não um dos grandes macacos que o desafiavam no jângal dos seus sonhos de infância, mas o macaco do seu carro tamanho médio, que provavelmente não funcionaria, resignação e reticências... Conseguiu fazer o macaco funcionar, ergueu o carro, trocou o pneu e já estava fechando o porta-malas quando a sua aliança escorregou pelo dedo sujo de óleo e caiu no chão. Ele deu um passo para pegar a aliança do asfalto, mas sem querer a chutou. A aliança bateu na roda de um carro que passava e voou para um bueiro. Onde desapareceu diante dos seus olhos, nos quais ele custou a acreditar. Limpou as mãos o melhor que pôde, entrou no carro e seguiu para casa. Começou a pensar no que diria para a mulher. Imaginou a cena. Ele entrando em casa e respondendo às perguntas da mulher antes de ela fazê-las.

— Você não sabe o que me aconteceu!

— O quê?

— Uma coisa incrível.

— O quê?

— Contando ninguém acredita.

— Conta!

— Você não nota nada de diferente em mim? Não está faltando nada?

— Não.

— Olhe.

E ele mostraria o dedo da aliança, sem a aliança.

— O que aconteceu?

E ele contaria. Tudo, exatamente como acontecera. O macaco. O óleo. A aliança no asfalto. O chute involuntário. E a aliança voando para o bueiro e desaparecendo.

— Que coisa - diria a mulher, calmamente.

— Não é difícil de acreditar?

— Não. É perfeitamente possível.

— Pois é. Eu...

— SEU CRETINO!

— Meu bem...

— Está me achando com cara de boba? De palhaça? Eu sei o que aconteceu com essa aliança. Você tirou do dedo para namorar. É ou não é? Para fazer um programa. Chega em casa a esta hora e ainda tem a cara-de-pau de inventar uma história em que só um imbecil acreditaria.

— Mas, meu bem...

— Eu sei onde está essa aliança. Perdida no tapete felpudo de algum motel. Dentro do ralo de alguma banheira redonda. Seu sem-vergonha!

E ela sairia de casa, com as crianças, sem querer ouvir explicações. Ele chegou em casa sem dizer nada. Por que o atraso? Muito trânsito. Por que essa cara? Nada, nada. E, finalmente:

— Que fim levou a sua aliança? E ele disse:

— Tirei para namorar. Para fazer um programa. E perdi no motel. Pronto. Não tenho desculpas. Se você quiser encerrar nosso casamento agora, eu compreenderei.

Ela fez cara de choro. Depois correu para o quarto e bateu com a porta. Dez minutos depois reapareceu. Disse que aquilo significava uma crise no casamento deles, mas que eles, com bom-senso, a venceriam.

— O mais importante é que você não mentiu pra mim.

E foi tratar do jantar.


Do livro "As mentiras que os homens contam"

Adorei o texto!!!

Beijos!!!!